Na noite desta quinta-feira, 23, ocorre a 11ª edição da Medalha de Mérito Legislativo “Maneco Dionísio”, outorgada a personalidades que prestaram ou ainda prestam serviços ao município ou, de maneira direta ou indireta cooperam para elevar, engrandecer ou projetar a cidade em qualquer setor de atividade.
Treze personalidades foram indicadas por cada um dos vereadores da Câmara, e seus nomes tiveram aprovação unânime em sessão extraordinária realizada na noite de segunda-feira, 21.
São elas: Amauri Ferreira de Albuquerque (professor e cineasta); Claudio Mansur Salomão (mantenedor da Faculdade Eduvale); Elizabeth Capecci Siqueira (enfermeira e servidora pública); Elza Castilho Albuquerque (assistente social); Gerson de Souza (voluntário em causas sociais); Hadel Aurani (economista); João Antônio Guerra Junior (empresário); José Luiz Soares de Noronha (médico e ex-vereador); Neusania Aparecida Nunes Martins (professora); Rodivaldo Ripoli (radialista); Sebastião Francelino da Cruz (diretor do Instituto Federal); Silvana Mota (professora e radialista); e Sônia Sorba Cromeck Corrêa (enfermeira).
A solenidade tem início a partir das 19h e é aberta à participação do público em geral.
Quem foi Maneco Dionísio
Manoel Marcelino de Souza Franco, o Maneco Dionísio, foi pioneiro em Avaré como educador, jornalista, pesquisador, memorialista e artífice da instalação do Município e da Câmara de Vereadores. Acompanhado da família, uma das pioneiras do Rio Novo, Maneco chegou a Avaré no dia 30 de novembro de 1864. Seu pai, Dionísio José Franco é contado entre os mineiros que aceitaram o convite para acompanhar a comitiva do major Vitoriano de Souza Rocha. Com a mulher Gertrudes e os filhos José Dionísio (Juca), João e Sebastião instalou-se no primitivo povoado na Rua 7 de Setembro, atual Rua São Paulo. Adolescente, começou sua extraordinária carreira na vida pública como mestre-escola. Em 1867, aos 16 anos, já membro da Guarda Nacional, integrou a Junta Administrativa que governou o patrimônio de Nossa Senhora das Dores do Rio Novo. Em 1875, com a emancipação do lugar, destacou-se como o primeiro secretário da Câmara de Vereadores. Provedor das Irmandades de Nossa Senhora das Dores e de São Benedito, católico e monarquista convicto, foi também o fundador e presidente do Gabinete de Leitura, a primeira instituição cultural de Avaré. Em 1888 fundou o primeiro jornal – O RioNovense – em cujas páginas advogou a mudança do traçado da estrada de ferro, projetada para passar longe do Rio Novo. Convenceu as autoridades provinciais a mudarem o projeto e Avaré teve a sua estação ferroviária, conquista decisiva para o desenvolvimento local. Com a proclamação da República o jornalista foi politicamente perseguido. Expulso da cidade, quatro meses depois voltou à cidade merecendo recepção triunfal. Tabelião, passou desde então a dedicar-se a atividades culturais e depois a advogar. Em 1923, já afastado da política, a morte da mulher, Gertrudes de Freitas, a d. Tudinha, com quem viveu por mais de 50 anos, debilitou ainda mais a sua saúde, afetada pela esclerose cerebral. Completamente desmemoriado, Maneco Dionísio morreu aos 79 anos, no dia 23 de maio de 1930. Enterrado no antigo Cemitério de Nossa Senhora das Dores, no Bairro Alto, infelizmente sua sepultura desapareceu sem deixar vestígios. Permanece, porém, o seu legado de amor a Avaré, outrora Rio Novo, terra que amou como se nela tivesse visto a luz.
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